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"É isso: tudo está ao alcance do homem e tudo lhe escapa, em virtude de sua covardia... Já virou até axioma. Coisa curiosa a observar-se: que é que os homens temem, acima de tudo? 'O que for capaz de mudar-lhe os hábitos': eis o que mais apavora..."

Dostoiévski

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Moliére


VIDA E OBRA: Moliére

Se ainda não assistiu, pelo menos você deve ter ouvido falar das grandes comédias teatrais. Elas são as grandes sensações da dramaturgia, afinal, quem é que não gosta de uma boa comédia? Porém, houve um tempo em que a comédia era mal vista na sociedade e o gênero “em alta” era a tragédia. Em meio a todo o preconceito de uma época, um homem foi capaz de lutar contra toda uma ideologia e levar um gênero só seu, a comédia de costumes, aos salões dos palácios reais. Esse homem, chamado Jean-Baptiste, imortalizou-se como Moliére.

“Ridendo castigat mores.” (Rindo corrigem-se os costumes.)

Moliére é o pseudônimo de um dos mais importantes dramaturgos da história do teatro francês, Jean-Baptiste Poquelin. Além de escrever belas peças, Moliére atuou e dirigiu, tendo sido líder de uma importante companhia teatral. A importância de sua obra é ímpar, considerando que foi a partir de sua comédia satírica que houve a quebra da dependência da mitologia grega na dramaturgia francesa.

Filho de artesão e órfão de mãe desde os dez anos, Poquelin ingressou no colégio jesuíta College de Clermont em 1633 e o deixou em 1639. Apaixonou-se pela arte da representação e lutou com o pai pelo direito de seguir a carreira teatral que, na época, era mal vista entre as ditas “pessoas de bem”. Por seu contato direto com o rei, teve maior facilidade para, em 1644, montar sua companhia teatral, a L’Ilustre Téâtre, que faliu dezesseis meses após sua estreia. A trupe era composta pela família de sua amante, Madeleine Bejart. Foi com a companhia que usou pela primeira vez o nome Moliére, inspirado em uma pequena aldeia do sul da França.

Com a falência da companhia teatral, Moliére foi preso, devido às altas dívidas contraídas. Saiu da prisão com a ajuda do pai e partiu em uma turnê como comediante itinerante por quatorze anos.

Em 1658, rompe relações com o Príncipe de Conti e passa a ser patrocinado por Monsier, irmão do rei. Apesar de ser amante da tragédia e ter um explícito preconceito contra as farsas, Moliére se destacou como comediante. Unindo suas duas principais habilidades, acabou por criar um gênero diferente, a comédia de costumes.

Suas obras se caracterizam pelas fortes críticas aos costumes da população francesa de sua época, sobretudo no que diz respeito à política e à religião. Em 1661, uniu-se a Armande, possível filha de Madeleine, e sua companheira até o dia de sua morte.

Moliére já estava doente quando Madeleine faleceu, em 1671. Como ironia do destino, o ilustre dramaturgo teve um colapso no palco, enquanto representava o papel principal de um de seus maiores sucessos, O doente imaginário. Faleceu mais tarde, em sua casa de Paris.

Após sua morte, Armande implorou ao rei que concedesse a Poquelin um enterro em cemitério, já que os profissionais do teatro eram vulgarizados e não tinham direito a ser enterrados junto dos demais mortos. A mulher conseguiu uma vaga para o falecido companheiro no cemitério dos não-batizados, realizando a cerimônia fúnebre à noite, para evitar escândalos. Mais tarde, em 1792, seus restos mortais foram transferidos para o museu dos Monumentos Franceses e, em 1817, para o cemitério de Pére Lanchaise, ao lado da sepultura de La Fontaine.

OBRAS:

A obra de Moliére é predominantemente formada de comédias de costumes, das quais as mais importantes são: Escola de maridos, Escola de mulheres, Tartufo e O doente imaginário. As críticas presentes em suas peças desagradaram a muitas autoridades políticas e religiosas, tornando o dramaturgo uma figura polêmica.

A obra Tartufo, por exemplo, deveria ter sido encenada pela primeira vez em 1664, mas foi censurada pela igreja. Tudo porque o personagem principal da comédia é um impostor (Tartufo) que envolve um rico senhor por suas artimanhas e termina por tomar tudo o que lhe pertencia. A crítica de Moliére foi contra a hipocrisia religiosa, mas a igreja alegou que ele ia contra a religião em si, proibindo as apresentações da obra.

Em 1667, tentou encena-la novamente, já modificada para atender aos interesses da igreja e sob o nome de O impostor. Ainda assim não conseguiu e, só em 1669, levou-a aos palcos, sob o formato que conhecemos hoje. Acredita-se que muitos pontos da obra foram alterados para que o autor conseguisse a liberação de seu trabalho.

MOLIÉRE NAS TELAS:

Recentemente foi lançado um filme baseado na vida e na obra de Moliére, intitulado “As aventuras de Moliére”. O filme, que conta com a participação de Romain Dures e Ludvine Sagnier, mistura fatos reais da vida do autor com passagens de O Tartufo, gerando uma obra bela e divertidíssima. Vale a pena conferir.

A maior ambição da mulher é despertar o amor”.

Um tolo que não diz palavra não se distingue de um sábio que se cala”.

“A palavra foi dada ao homem para explicar os seus pensamentos, e assim como os pensamentos são os retratos das coisas, da mesma forma as nossas palavras são retratos dos nossos pensamentos”.

Frases de Moliére


Tenho certeza de que, agora que conhece a obra de Moliére, você verá a comédia com outros olhos e, se não a apreciava, aprenderá a compreender esse gênero tão rico e instigante.

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