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"É isso: tudo está ao alcance do homem e tudo lhe escapa, em virtude de sua covardia... Já virou até axioma. Coisa curiosa a observar-se: que é que os homens temem, acima de tudo? 'O que for capaz de mudar-lhe os hábitos': eis o que mais apavora..."

Dostoiévski

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

RESUMO: Viagens na Minha Terra, de Almeida Garrett

VIAGENS NA MINHA TERRA

Almeida Garrett

CONSIDERAÇÕES SOBRE A OBRA:

v Viagens na minha terra foi publicado nos anos de 1843 e 1846, na Revista Universal Lisboense.

v A narrativa se desenvolve em dois planos: o primeiro é a viagem – real e simbólica – que Garrett faz até o vale de Santarém; o segundo é a novela “A Menina dos Rouxinóis”, que passa a ser contada a partir do capítulo X.

v “Estabelecendo-se a relação entre a novela e o restante da obra, observa-se que a intenção de Garrett, em Viagens na minha terra, é servir-se de um diálogo crítico e, através dele, apontar as causas que conduziram o país a uma crise cada vez mais aguda”.*

v “Instrumento para a reflexão de seu autor, as Viagens não só modernizam a prosa portuguesa, extirpando-lhe os vícios retóricos da grandiloquência, como também traz em seu bojo a marca de uma lúcida consciência dos problemas que afligem seu país”.*

v A novela atua como metáfora do sentido da própria viagem. Assim, seus personagens possuem caráter simbólico na narrativa:

PERSONAGENS DA NOVELA:

CARLOS E FREI DINIS

Pai e filho representam D. Quixote (espiritualismo) e Sancho Pança (materialismo) em fases diferentes de suas vidas. Frei Dinis é, inicialmente, materialista. Somente diante do remorso pelo pecado cometido espiritualiza-se, tornando-se um frade austero. Carlos, ao contrário, luta pelos ideais do liberalismo e, depois de descobrir que é filho do frade, foge e se torna barão (materialista). Por isso, Helder Macedo afirma que estes personagens são “espelhos, imagens inversas um do outro”.

JOANINHA E GEORGINA

Representam o ideal moral positivo. Segundo Helder Macedo, Joaninha seria a essência do bem inerente às sociedades tradicionais – o arquétipo de Portugal – e Georgina, a essência do bem inerente às “sociedades modernas – arquétipo do progresso no século XIX que era a Inglaterra do liberalismo triunfante”.

DONA FRANCISCA

Representa Portugal e “indica a imprudência com a qual o liberalismo foi assumido em Portugal: graças à falta de visão dos defensores do liberalismo, o país, impotente, assiste a sua destruição”.*

*MOISÉS, Massaud (dir.). A literatura portuguesa em perspectiva: Romantismo e Realismo. vol. 3. São Paulo: Atlas, 1994, pág. 40.

MOISÉS, Massaud (dir.). A literatura portuguesa em perspectiva: Romantismo e Realismo. vol. 3. São Paulo: Atlas, 1994, p. 39.

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