VIAGENS NA MINHA TERRA
Almeida Garrett
CONSIDERAÇÕES SOBRE A OBRA: | |
v Viagens na minha terra foi publicado nos anos de 1843 e 1846, na Revista Universal Lisboense. v A narrativa se desenvolve em dois planos: o primeiro é a viagem – real e simbólica – que Garrett faz até o vale de Santarém; o segundo é a novela “A Menina dos Rouxinóis”, que passa a ser contada a partir do capítulo X. v “Estabelecendo-se a relação entre a novela e o restante da obra, observa-se que a intenção de Garrett, em Viagens na minha terra, é servir-se de um diálogo crítico e, através dele, apontar as causas que conduziram o país a uma crise cada vez mais aguda”.* v “Instrumento para a reflexão de seu autor, as Viagens não só modernizam a prosa portuguesa, extirpando-lhe os vícios retóricos da grandiloquência, como também traz em seu bojo a marca de uma lúcida consciência dos problemas que afligem seu país”.* v A novela atua como metáfora do sentido da própria viagem. Assim, seus personagens possuem caráter simbólico na narrativa:
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PERSONAGENS DA NOVELA: | |
CARLOS E FREI DINIS | Pai e filho representam D. Quixote (espiritualismo) e Sancho Pança (materialismo) em fases diferentes de suas vidas. Frei Dinis é, inicialmente, materialista. Somente diante do remorso pelo pecado cometido espiritualiza-se, tornando-se um frade austero. Carlos, ao contrário, luta pelos ideais do liberalismo e, depois de descobrir que é filho do frade, foge e se torna barão (materialista). Por isso, Helder Macedo afirma que estes personagens são “espelhos, imagens inversas um do outro”.
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JOANINHA E GEORGINA | Representam o ideal moral positivo. Segundo Helder Macedo, Joaninha seria a essência do bem inerente às sociedades tradicionais – o arquétipo de Portugal – e Georgina, a essência do bem inerente às “sociedades modernas – arquétipo do progresso no século XIX que era a Inglaterra do liberalismo triunfante”.
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DONA FRANCISCA | Representa Portugal e “indica a imprudência com a qual o liberalismo foi assumido em Portugal: graças à falta de visão dos defensores do liberalismo, o país, impotente, assiste a sua destruição”.*
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*MOISÉS, Massaud (dir.). A literatura portuguesa em perspectiva: Romantismo e Realismo. vol. 3. São Paulo: Atlas, 1994, pág. 40. |
MOISÉS, Massaud (dir.). A literatura portuguesa em perspectiva: Romantismo e Realismo. vol. 3. São Paulo: Atlas, 1994, p. 39.
ajudou bastante! obrigada hehehe
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