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"É isso: tudo está ao alcance do homem e tudo lhe escapa, em virtude de sua covardia... Já virou até axioma. Coisa curiosa a observar-se: que é que os homens temem, acima de tudo? 'O que for capaz de mudar-lhe os hábitos': eis o que mais apavora..."

Dostoiévski

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Biografia

Gil Vicente

A figura de Gil Vicente é uma das mais importantes da Literatura Portuguesa. O teatro vicentino surgiu e se desenvolveu no contexto do Renascimento Português. A identificação do homem que consagrou o teatro popular, porém, não é exata. Suas obras foram publicadas postumamente por Luis Vicente, seu filho. O que se afirma sobre Gil Vicente é: nasceu por volta de 1465; encenou sua primeira peça em 1502; foi colaborador no Cancioneiro Geral de Garcia de Resende e organizador das festas palacianas. Seu último auto data de 1536.

A obra vicentina é composta de peças curtas que abordam problemas comuns à sociedade da época, como a ambição, a avareza, a injustiça, dentre outros. Essas peças são conhecidas como autos. Suas personagens são, geralmente, tipos característicos da sociedade. Segundo Saraiva,

(...) o tipo mais insistentemente observado e satirizado é o clérigo, e especialmente o frade. (...) Gil Vicente censura no clérigo a desconformidade entre os actos e os ideais, pois, em lugar de praticar a austeridade, a pobreza e a renúncia ao mundo, busca a riqueza e os prazeres.

(SARAIVA, s/d: 197)

Uma de suas peças mais famosas é o Auto da Barca do Inferno. Nesta obra, Gil Vicente reúne diversos tipos sociais e critica seus atos em vida. Todas as personagens estão mortas e, uma a uma, chegam a uma praia, na qual se encontram duas barcas: a Barca do Inferno, e a barca que leva ao céu. Todas pretendem embarcar em direção ao céu, mas a maioria acaba se resignando e aceitando a Barca do Inferno. Isso porque o Diabo lista com prazer os maus feitos da vida de cada um, convencendo-os de que não merecem o céu. Alguns dos tipos citados no Auto da Barca do Inferno são o Fidalgo, o Onzeneiro, o Frade, o Parvo, a Alcoviteira, os Cavaleiros e o Lavrador.

O teatro vicentino é carregado de comicidade, o que ameniza o peso de seu caráter crítico. Dessa forma, Gil Vicente conseguiu alcançar o gosto da nobreza e do povo, fixando-se como um dos grandes nomes de Portugal.

REFERÊNCIAS BILBIOGRÁFICAS:

SARAIVA, António José & LOPES, Óscar. História da literatura portuguesa. Porto: Porto Editora, s/d.

VICENTE, Gil. O Velho da Horta, Auto da Barca do Inferno e Farsa de Inês Pereira. São Paulo: Brasiliense, 1967.

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